quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Trabalho

O trabalho é dignificante socialmente porque leva o homem a produzir e a nossa sociedade é baseada na produção e consumo, por isso aquele que trabalha é visto com bons olhos no meio social. 
Entretanto, o mesmo "trabalho" pode ser considerado indigno quando relacionado a uma classe social inferior ou a condições ruins, como os trabalhos de lixeiro, que tem que manusear materiais descartados e por vezes perigosos; pedreiros, que lidam com materiais prejudiciais à saúde e correm risco de acidentes; garçons, que exige esforço nas pernas porque precisa ficar em pé por longas horas sem descansá-las; e etc. Digo que de alguma maneira são considerados indignos porque boa parcela das classes sociais média e alta assim o consideram pelos riscos à saúde e pelo baixo salário desses trabalhos. Tanto que essas pessoas recusaríam a trabalhar nessas condições. Então, há uma contradição implícita na máxima de que "o trabalho é dignificante", porque dependendo da ocupação, ela pode ser considerada ao mesmo tempo digna e não digna. Mas isso vai além deste assunto e tem a ver com os preconceitos individuais ocultos de parcela da sociedade.
Falando de trabalho, em relação à saúde, ele pode fazer bem, quando é um trabalho com boas condições ambientais. Porque ele ocupa a mente e também o corpo de certa forma, e isso inclui o trabalho doméstico. Pois, biologicamente falando, o sedentarismo, tanto físico quanto o mental, faz mal para a saúde e pode provocar danos ao organismo. Assim sendo, o trabalho é algo benéfico nesse ponto de vista.
Acontece, e mais uma vez falando de preconceitos de parte das pessoas, que o trabalho na sociedade geralmente é definido como a atividade que remuneração para quem a realiza, limitando o termo e com isso "indignificando" aqueles que realizam atividades sem propósito financeiro, mas de grande importância, como os donos de lar, que trabalham horas por dia para manter o lar em seu propósito fim, que é o de ser um local de descanso, seguro e confortável. Outro exemplo de atividade não considerada "digna" por parte da sociedade é aquela em que pessoas passam o tempo estudando para o aprimoramento pessoal. É uma atividade que exige muito da mente e por não se ver a "produção" e nem o "produto", e por ser individual e não para o coletivo, não é tratada de maneira muito digna, embora seus frutos possam ser percebidos a longo prazo pela sociedade quando este indivíduo utiliza dos conhecimentos adquiridos realizando atividades benéficas para o coletivo.

Amor

Um diálogo entre eu e minha razão.

Eu: O que é o amor?
Razão: Acredito não ser possivel definir o sentimento "amor", assim como tantos outros sentimentos. Talvez possamos aproximar-nos de uma possível definição através das atitudes e desejos que esse sentimento nos provoca. Explicando melhor: o amor pode ser definido, em parte, como o sentimento que nos faz desejar o bem para aquilo que se ama; desejar estar perto daquilo que se ama; acariciar aquilo que se ama; medo de perder aquilo que se ama; admirar aquilo que se ama; pôr aquilo que se ama como uma coisa importante; sacrificar-se por aquilo que se ama; etc. Mas também pode provocar desejos negativos, geralmente quando este sentimento não lhe é correspondido, tais como: desejo de que aquilo que se ame sofra; desejo de aquilo que se ame seja uma propriedade pessoal e exclusiva; algumas vezes pode provocar desejos destrutivos também. Mas talvez não seria amor, mas outro sentimento, como obsessão, embora não se possa limitar o amor a um sentimento de atitudes pré-definidas, porque é um sentimento amplo, que pode ser direcionado a tantas coisas, é sentido por tantos seres e de formas diversas e graus de intensidade também múltiplos.
Eu: Sendo assim, fica difícil definir o que é amor.
Razão: Sim. Porque definí-lo é limitá-lo, e às vezes ele não tem limites, tanto que os que o sentem podem ser capazes de superar seus próprios limites, os próprios limites da razão, como no caso do sacrfício, onde o indivíduo age contra a razão biológica de sua vida, a qual é sobreviver a qualquer custo.